Na sua “plataformaâ€, o deputado, conhecido e criticado por ter posturas consideradas homofóbicas e autoritárias, desfila uma série de planos extremamente controvertidos, como redução da maioridade penal, flexibilização das leis trabalhistas, alterações no Bolsa Família, defesa de trabalhos forçados para presidiários. É, como ele mesmo cita, uma candidatura de “direita, sem vergonhaâ€.
Para ele, existe um claro eleitorado que não aprova o governo petista. É atrás desse eleitor que Bolsonaro vai partir. “A maioria dos eleitores que votou no Aécio Neves fez isso por ser antipetista. Inclusive, eu. Quero ser essa alternativaâ€.
A seguir, principais trechos da entrevista de Bolsonaro:
- O senhor foi reeleito como o deputado federal mais votado do Rio de Janeiro. Pensa em concorrer à Presidência em 2018?
Bolsonaro: “Serei candidato à Presidência em 2018. Só vou negociar dentro do meu partido o PP para ver como viabilizarei issoâ€.
- Seu partido apoiou a presidente Dilma Rousseff na campanha. Acha que eles estão dispostos a lhe dar legenda para concorrer?
Bolsonaro: “Para ser franco, duvido que aceitem. Acho que vão compor novamente com o PT. Mas quero conversar com eles antes para ver se me autorizam a trocar de partido sem perder o mandato por infidelidade. Mas se eles não toparem, mudo de partido no último ano, perco o mandato por esse período, e concorro por uma legenda diferenteâ€.
- O senhor é criticado dentro do Congresso por suas posturas muitas vezes consideradas homofóbicas e autoritárias. Com esse perfil, acha que o eleitor não vai rejeitá-lo?
Bolsonaro: “Podem me chamar de maluco, de homofóbico. Mas eu tenho propostas. Se tivesse sido candidato, não teria dado sossego para a presidente Dilma nos debates e não darei para o Lula se ele for o candidato em 2018. Porque a maioria dos eleitores que votou no Aécio Neves fez isso por ser antipetista. Inclusive, eu. Eu quero ser essa alternativaâ€.
- É verdade que Aécio Neves barrou sua presença ao lado dele num evento no Rio?
Bolsonaro: â€œÉ verdade. Eu já tinha sido reeleito e ele não me deixou subir no carro de som. Eu ainda falei para o pessoal dele: ‘já estou reeleito. Não preciso disso para me promover’. Mas acabei não subindoâ€.
- Se concorrer, qual será sua principal proposta de campanha? Que tipo de projeto vai defender?
Bolsonaro: “Na verdade, acho que a gente tem até lei demais. O Brasil precisa de menos leis. Mas vou defender redução da maioridade penal, por exemplo. Só não defendo adoção da pena de morte, embora seja a favor, porque é uma cláusula pétrea da Constituição e precisaria convocar uma constituinte para discutir o assunto. Mas gostaria de instituir, pelo menos, trabalhos forçados para os criminososâ€.
- O senhor vai se apresentar abertamente como um candidato de direita?
Bolsonaro: “Claro que vou. Sou de direita mesmo e não tenho vergonha de dizer issoâ€.

